É nesse contexto de degradação econômica que países como o Brasil se inspiram e tentam participar de um “bolo” que já não cresce e que míngua dia a dia, apontando para um final trágico. Quanto tempo vai demorar ninguém pode ao certo afirmar. Pode até ocorrer uma nova reordenação mundial da economia, postergando seu fim. Mas o sistema não é infinito.
Entretanto, falta aos nossos políticos a compreensão dos rumos históricos de todos os sistemas de exploração e dominação. Não são capazes de enxergar (ou não querem) um palmo à frente do nariz, não admitem que o abismo esteja logo ali.
A herança maldita deixada pelos militares, depois do golpe de 64, que rebaixou a educação e jogou a ética na lata do lixo, se alastra e revela a incapacidade de nossos políticos reverem a história, pensar, planejar e agir no sentido de construir um Brasil que caminhe com as próprias pernas, um país solidário e menos injusto.
Tais políticos são incapazes de acreditar que somos um povo com capacidade de construir nosso próprio futuro.
Gostam do poder pelo poder, para satisfazer egos pessoais e grupais, para o enriquecimento ilícito.
Traem nosso povo sem um pingo de vergonha na cara. Vendem a pátria e com ela enviam para fora nossas reservas minerais, deixando enormes crateras sobre a superfície e buracos no subsolo; permitem a exploração de toda nossa reserva biológica e abrem as portas para a entrada do capital internacional ocupar nossas terras, terras que são roubadas do nosso povo e a ele sonegadas.
Desviam enormes recursos financeiros dos orçamentos públicos e os entregam generosamente aos grandes banqueiros, esses que são os verdadeiros acumuladores improdutivos do planeta, que são as sanguessugas da humanidade.
Grandes empresas aqui se implantam livremente e com incentivos fiscais, tomando conta de toda nossa riqueza, internacionalizando o país.
Estamos mais colônia agora que dois séculos antes!
Há décadas que no Brasil vingam apenas os políticos medíocres, aqueles que usam suas cabeças e tempo para planejar como enganar o povo, como se vender aos poderosos e a eles se subordinar, como subordinarem os verdadeiros interesses populares aos mesmos interesses alienígenas.
Sabem, esses políticos, do nosso imenso potencial, pois o capital predador aqui investe em busca de rendimento e poder e porque o Brasil e parte da África podem ser a sua tábua de salvação.
Mas nossos políticos, pusilânimes que são (fracos de caráter e covardes, segundo o Houaiss) não ousam inovar, não ousam enfrentar os riscos históricos, preferindo a mediocridade da bajulação efêmera dos exploradores da humanidade.
Como a esperança sempre renasce das cinzas, pode ocorrer que nosso povo também acorde do torpor a que está submetido desde a ascensão do lulo-petismo ao poder e resolva agir, ser protagonista das mudanças que tanto almejamos, atropelando a mediocridade política.
Autoria: Waldemar Rossi
Metalúrgico aposentado e coordenador da Pastoral Operária da Arquidiocese de São Paulo
Autoria: Waldemar Rossi
Metalúrgico aposentado e coordenador da Pastoral Operária da Arquidiocese de São Paulo
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