terça-feira, 16 de agosto de 2011

Remédio contra a crise 1: luta sem trégua pelos direitos!

Não foram os trabalhadores que provocaram essa que certamente pelas análises tende a ser a mais dura crise econômica do capitalismo.

No entanto, as políticas ensaiadas e aprovadas colocam novamente o ônus nas costas do povo.

A hora agora é organização, protesto e manifestação, sem recuar um milímetro nos direitos até aqui conquistados.

Palavra de ordem: dois passos à frente, nenhum passo atrás!

Abaixo texto que situa bem o momento, com o aumento não só da dependência, mas do servilismo, cultura própria das elites e dos políticos que governam este país.

Dividido em duas partes, para facilitar a leitura.

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Autor: Valdemar Rossi
Correio da Cidadania

Passadas as primeiras décadas do pós-segunda guerra mundial, em que o sistema capitalista industrial evoluiu de forma extraordinária, começaram a aparecer os primeiros sinais de uma longa e aparentemente interminável crise.

Já no final dos anos 60, o capital deixava os limites de suas matrizes nacionais para ir se instalando progressivamente em outros rincões. Sabiam os grandes empresários que não poderiam permanecer estancados sob o risco de aprofundamento da estocagem, fruto da superprodução industrial.

Buscar outras terras significava abrir novos campos de produção e de consumo, gerando, ao mesmo tempo, novas tarefas para as suas matrizes, que passariam a ser também produtoras e exportadoras de indústrias, não apenas de manufaturados para consumo imediato. Passariam a ser produtores de bens de produção, em larga escala.

Ao se instalar em outras praças, o capital já se preparava para enfrentar a próxima crise de superprodução, que ali também chegaria em pouco mais de 10 anos. Como, aliás, aconteceu no Brasil, no Chile e países asiáticos. Por conta dessa previsão planejaram e exigiram profundas mudanças na legislação trabalhista das nações chamadas de “emergentes”.

Um bom exemplo foi a derrubada da “lei da estabilidade no trabalho” (estabilidade após dez anos de serviços na mesma empresa), que os militares substituíram via decreto pelo FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço).

Em pouco mais de 10 anos de ação das multinacionais no Brasil, o estoque de manufaturados começou a crescer. Daí a razão do galopante desemprego logo no início da década de 80. Como já não havia garantia de emprego, o trabalhador se tornou o vilão da história. A conversa do capital era que a mão-de-obra se tornara muito cara e era preciso reduzir os custos da produção (claro, para não diminuir seus exorbitantes lucros acumulados).

Nem isso, porém, garantiu a eternidade do sistema.

O processo de acumulação das riquezas socialmente produzidas vai, progressivamente, provocando crises - que os especialistas chamam de cíclicas. Porém, as crises se amiúdam causando profundos estragos nos pilares econômicos dos países detentores do capital industrial e financeiro.

O Império Europeu (União Européia) está minado e, como um barco furado, fazendo água por todos os lados; o Império Americano (EUA) está endividado até a goela e não encontra saídas em longo prazo. Seu desemprego é crescente, mais de 30% de sua população já está na linha da pobreza (quantos na miséria?); suas guerras assassinas já não são a garantia de que continuarão a imperar, embora ainda continuem a destruir o planeta, países e a dizimar nações milenares.

Populações reagem ocupando ruas e praças em várias partes do mundo, protestando contra o caos gerado pelas crises, pelo desemprego, pelo arrocho econômico, pela retirada de direitos adquiridos, pelo aumento da violência, pela falta de perspectiva de vida com dignidade. Londres está literalmente em chamas, como já ocorreu na França e Alemanha há poucos anos. Vários povos estão exigindo mudanças estruturais.

Estamos assistindo à gangorra da economia que do dia para a noite consome as poucas gorduras econômicas dos mais simples. As bolsas de valores revelam a fragilidade das aplicações rentistas, assim como escancaram a inadimplência a que muitas empresas vão sendo atiradas.

No Brasil, a Petrobras, por exemplo, cinco meses depois de ter atingido o seu maior valor na bolsa com a capitalização (incorporação de recursos vindos de fora), já acumula uma desvalorização de R$ 154,4 bilhões; em menos de seis meses a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) conseguiu seu segundo empréstimo de R$ 2,2 bilhões junto à Caixa Econômica Federal. Bom sinal?

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