terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Costume da abordagem policial: "todo negro é suspeito, até que prove, após apanhar, o contrário!"

Negros e “suspeitos” de assalto, dois adolescentes foram agredidos por delegado e três policiais civis

A Cáritas Brasileira Regional Maranhão recebeu, na manhã desta segunda-feira (5), a visita de dois adolescentes, vítimas de agressão por policiais civis na tarde da última quinta-feira (1º.) em Vitorino Freire/MA, distante 327km da capital São Luís.

Acompanhados de suas irmãs, eles foram ouvidos por Iriomar Teixeira, assessor jurídico das Redes e Fóruns de Cidadania do Estado do Maranhão, e Ricarte Almeida Santos, secretário executivo da Cáritas Brasileira Regional Maranhão.

Z. M. S., de 17 anos, conduzia uma motocicleta, com J. D. F. de carona. Ao passar em frente à delegacia da cidade, ouviram do delegado Samuel Antonio Morita Nocko a ordem: “Para, porra!”. Assustados e temendo a apreensão do veículo por não serem habilitados, os mesmos não pararam e passaram a ser perseguidos por uma viatura, guiada pelo delegado, acompanhado de três policiais.

Alcançados, os mesmos foram derrubados do veículo e policiais deram tiros para cima, passando, em seguida, a espancá-los: os adolescentes receberam chutes, socos e coronhadas, violência comprovada em exame de corpo de delito. De acordo com o delegado – que participou das agressões –, eles seriam suspeitos de um assalto a uma loja de utensílios domésticos. Durante as agressões o primeiro foi chamado de “viado” e “negro sem vergonha”, em atitude homofóbica e racista por parte das autoridades policiais.

Conduzidos na viatura até a delegacia, a proprietária da loja assaltada foi fazer o reconhecimento dos supostos assaltantes: não eram eles, afirmou, apesar de incitada por populares a jogar-lhes a culpa. A irmã de Z. M. S. ainda ouviu do delegado: “Me perdoa, eu não sabia que era teu irmão”, antes de informá-la que em coisa de mais “meia hora” iria liberá-los, “para que o povo não fique falando que fizeram tudo isso e deu em nada”. Depois de “justificar-se” perante a massa, o delegado iria à casa do adolescente, afirmar que a moto era roubada, numa flagrante tentativa de intimidação.

Para Ricarte Almeida Santos, nada justifica o comportamento das autoridades policiais: “Mesmo não tendo idade para ter carteira de habilitação ou que não estivesse usando capacete ou qualquer outra infração que ele estivesse cometendo, o dever do Estado é garantir a integridade física das pessoas”, afirmou, repudiando a conduta dos agressores.

“A agressão física é visível, mas não temos nem ideia da psicológica”, afirmou a irmã de Z. M. S., ao relatar que, depois da violência sofrida, o comportamento dele mudou: “Ele fala dormindo, fica tendo pesadelos e relata o caso. Demonstra sinais de fraqueza, outro dia caiu do nada, andando pela casa, de onde já quase não sai. Ele quase nem aparece na porta”, conta.

Iriomar Teixeira afirma que irá ser feita representação pela abertura de um processo criminal contra os agressores. “Assim como o adolescente cometeu uma infração ao pilotar sem habilitação o que os policiais cometeram foi um crime. E por tal devem ser punidos”, afirmou.

8 comentários:

consumidor disse...

Falta no maranhão juiz e promotores que não seja mandado pela família Sarney porque a maioria deles só faz o que eles quero , é DRº Jorge moreno isso é mais do que racismo e preconceito com os negro falta de preparação física e psicologicamente dos próprio policial.

consumidor disse...

albertoitapecuru-mirim-ma

Unknown disse...

Republicadao em:

http://evandeandrade7.blogspot.com/

Ianaldo Pimentel disse...

COMPANHEIROS DIA 20 DE NOVEMBRO É DEDICO A REFLEXÃO SOBRE A INCERSÃO DO NEGRO NA SOCIEDADE BRASILEIRAS,NAS ESCOLAS MEIO TIIMO, APESAR QUE OBRIGATÓRIO NO CURRÍCULO ESCOLAR, MAS O QUE SE APRENDE NA SOCIDEDE É ISSO ADISCRIMINAÇÃO COOTRO OS NEGROS E ÍNDIOS, NOS ENSINARAM A ÓDIAR OS NOSSO PROPRIOS IRMÃOS,MAS É POSSÍVEL APRENDER AMAR.
O ESTADO QUE ESCRAVISOU,POR MUITO TEMPO ACHA QUE PODE CONTINUAR BATENDO, VIVEMOS NUM PAÍS DEMOCRATICO DE DIREITO,ESSES POLICIAS SERVE O ESTADO E SERVE MAL, DEVE SER COLOCADO FORA E PUNIDOR CONFORME ALEI, NÃO SERVE PARA A SOCIEDADE.
REDE DE DEFESA NÚCLEO DE CANTANHEDE

jo disse...

A corvadia está imputida nas fardas e nas patentes, assim como o estado comete latrocínio diário com o povo! mesmo em pleno século XXI, na pós-modernidade, o negro ainda é tradado de maneira insólita e corvarde, alicerçadas por muita violência, palavras e olhares infectados por racismo, soberba e ignorãncia, essas ditas "autoridades" agem de maneira suja penalizando de forma incoerente o pequeno e, se for negro então, nem se fala, devem nos garantir um mínimo de segurança, mas o q os vemos fazendo quase sempre não é isso. E por fim como já cantara Gabriel o Pensador e Engenheiros do Hawwaí: "a polícia só existe pra manter você na lei,na lei silêncio, na lei do mais fraco!" Pois, " no peito um coração não há, mas duas medalhas sim!"



jozimar bezerra

José Atailson disse...

Está comprovado, o Estado brasileiro, através de alguns agentes, mantém a violência estrutural e organizada imposta ao povo,à sociedade civil. Há muito preconceito aos pobres, aos negros, e à outras minorias. É inaceitável todo e qualquer tipo de agressão, espancamento, constrangimento... a crianças e a adolescentes. Isto é crime. Representá-los e processá-los é uma saída. Núcleo de Pte. Vargas das Redes e Fóruns da Cidadania do MA.

Anônimo disse...

É lamentavel o que ocorreu, alem da violencia fisica certamente o que mais doi é o RACISMO precisamos punir exemplarmente estas pessoas da qual eu me recurso de chamar de policiais, pois o dever do policial é proteger a sociedade e aceitar que pessoas sejam brutalmente espancados apenas por causa da sua cor é rasgar a nossa carta magna. Não podemos permitir, expulsão ja dessas pessoas!!!!

gilson souza da costa disse...

É triste saber que as pessoas que são pagas para nos proteger,para defender nosso

direito a dignidade, a saúde, tanto física quanto psicológica, são os principais responsáveis pelas injustiças que acontecem no mundo, os mesmos insistem em humilhar e discriminar as pessoas menos favorecidas. o caso de discriminação racial dos dois jovens de Vitorino Freire é apenas mais uma demonstração da falta de respeito com que algumas ou muitas autoridades da policia tratam a juventude. É preciso que a justiça faça jus a seu nome e puna de forma exemplar os policiais responsáveis por esse crime bárbaro contra a principal vitima de preconceito de nosso país que é o jovem e de preferencia que seja negro.