sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Convocação Geral II: enquanto houver injustiça, marcharemos!

Representantes de municípios presentes ao lançamento da III Marcha do Povo contra a Corrupção e pela Vida apresentaram um breve mapa das principais violações de direitos em suas regiões:

- desvio de recursos públicos (presente em todos os relatos);
- povoados em que escolas são usadas, à noite, para o abrigo de bodes, e durante o dia para o ensino de alunos (Presidente Vargas);
- bibliotecas e estradas que só existem “no papel” (Santa Luzia);
- hospital fechado há dois anos sem nenhuma providência dos poderes públicos (Cantanhede) ou inaugurado sem condições de funcionamento (Monção);
- conselheiros tutelares intimidados no exercício de suas funções (Lago dos Rodrigues);
- liberação constante de verbas, governo após governo, para a construção de uma estrada que nunca sai do papel (São João do Caru);
- sindicato de professores processado pela prefeitura pela “teimosia” do primeiro em mapear e mostrar a dura realidade da educação municipal (Turilândia);
- alimentação escolar, transporte escolar e escolas em péssimo estado de conservação, muito embora a existência de verbas (Anajatuba)
- prefeito que nunca apresentou a prestação de contas, impedindo o exercício do direito de fiscalização por parte do povo (Codó).

Para a coordenação do evento, os dossiês serão consolidados e documentados acerca de cada caso ali relatado, além de outros, sendo necessário impor, nos próximos dias, uma agenda de fiscalização aos gestores que serão denunciados na III Marcha.

No total, serão percorridos 13 km a pé, a partir do retorno do Tirirical, entre cantos, palavras de ordem e discursos contra a corrupção. Órgãos públicos estaduais e federais serão convidados formalmente para participar do evento, compondo a mesa de trabalho pela tarde, a fim de que escutem e se comprometam a dar seguimento à investigação dos casos que serão relatados.

Para o juiz Jorge Moreno, “as denúncias vão além de prefeitos e vereadores, pois envolvem, em alguns casos, a ação ou omissão de membros poder judiciário e do Ministério Público. Não se desvia, rouba dinheiro público sem a conivência, omissão de complacência de autoridades públicas. A máquina emperrada é um terreno fértil para a corrupção.

Nas palavras do juiz, “o Estado brasileiro foi feito para não funcionar a favor do povo. A Polícia Federal e a CGU não vão dar conta de tanta corrupção. E então, como dar conta? O Estado brasileiro funciona na pressão: onde tiver mais pressão ele vai funcionar mais rápido”

Para Iriomar Teixeira, a lógica do movimento social deve ser então “fazer o máximo de pressão, mobilizando e organizando o povo”, afirmou.

E conclui: “movimento social não faz acordo quanto à violação de direitos humanos, pois Direitos humanos são inegociáveis, irrenunciáveis e não tem esse negócio de progressivo: tem que ser agora!”, .

Finalizando o evento, repetindo a palavra de ordem “enquanto houver corrupção, marcharemos!”, Dimas dos Santos finalizou:  “doa a quem doer, nós estamos conseguindo organizar o povo e continuaremos fazendo isso no seio da sociedade. Alguns não querem, mas o povo quer e isso é o que importa”.

2 comentários:

Ianaldo Pimentel disse...

o povo do maranhão mais uma vez é convocado para ir as ruas dizer bem alto liberdadeeeeeee!!!!!!Em quanto houver corrupção marcharemos, é o grito pela vida, é preciso dizer bem claro para aqueles que tiram a vida do nosso povo que vamos coloca-los na cadeia, vamos nos organizar para nos libertar.
rede de defesa núcleo de cantanhede

josé Atailson P. dos Santos disse...

É isto aí "doa a quem doer, continuaremos a organizar o povo" para, no exercício da cidadania, fazer valer a legalidade dos direitos humanos.A marcha é o grande símbolo da liberdade de um povo que tem esperança e sonha em bem estar coletivo, estendido a todos, a começar pelos mais pobres, que no Maranhão é a mairia. Por isso gritamos: "Enquanto houver injustiça, marcharemos!!!" Núcleo das Redes e Foruns da cidadania.